terça-feira, 13 de novembro de 2007

actualités

Jean Luc Godard uma vez disse que não fazia filme de época por que nada entendia de figurinos.

Parece uma blague( como tantas outras dele) com intenção de dizer de que se interessava pela contemporaneidade. E estaria, também, se referindo a figurinos como um dos componentes, elementos, do cinema.

Como se discenisse elementos encontráveis no cinema: enredo, realização fotográfica, direção de atores, planos/ cenas/ sequências/ montagem e mais elementos como tanto podemos notar em seus filmes.

E não só como recorrência metalinguística, mas para instituir a importância da instância do ensaio de cinema. Algo próximo a um pensamento fílmico presente em elementos e componente próprios ou próximos ao cinema.

Em A bout de souffle/ Acossado Jean Seberg é apresentada andando numa avenida central de Paris vendendo um jornal estrangeiro e Jean Paul Belmondo interpreta personagem saído da crônica policial da época. A relação imprensa/ ficção está presente, na concepção do roteiro( de François Truffaut).

Algo diferente estava sendo ensaiado: em Pierrot le Fou, o personagem Marianne/ Anna Karina interrompia o curso de uma cena para comentar para a cãmera, e espectador, sobre o que o personagem Ferdinand/Pierrot/Jean Paul Belmondo estaria fazendo, ou não.

Em Une femme c' est une femme/ Uma mulher é uma mulher, o personagem de Anna Karina, uma dançarina de boate, se encontra com a atriz protagonista do filme contemporânea a esse ( de 196 ), de François Truffaut, Tirez sur le pianiste/ Atirem no pianista, e essa comenta a ação do outro filme.


O cinema como um atual possível no mundo, não só representação naturalista ou só ficcional desse mundo´é uma experiência sempre pensada por Godard. Talvez pela natureza técnico-artístico deste meio visual "um ponto de honra".

Algo técnico- artístico dessa linguagem nos põe face a algo... existencial num determinado ponto onde um sentido, outro, pode ser encontrado. Do encontro entre a técnica e o existencial se faça como um meio...

Essa declaração de " não saber de figurinos" quanto aos filmes de época é como se dizesse " tal concepção não tem meios em mim" ou como dizendo " eu não sei como se faz ou como se usa esse figurino, mas sei como reflito tantos elementos da contemporaneidade com os quais se fazem meus filmes e a vida pensada que está neles".

Essa reflexão, esse meio, e pontos pelos quais podemos nos relacionar com a arte, como vivência técnico-artística de inclusão de elementos da contemporaneidades em " devir" existencial numa aparição como quando frente a uma pintura, ou pensando algo, pudéssemos sentir e pensar para quê Mona Lisa sorri... e vemos como sorri em nós mesmos sem nos preocupar , em demasia, com nossa individualidade. Não sabermos o quê, imediatamente, é talvez o que faça o aspecto exatamente histórico, não ser bem exato. É um devir por meio instituido de como se pode tratar uma possibilidade; um esboço de outra coisa, uma outra alternativa . Uma certa visão. Claro que falamos de uma História não parada e de uma história dinâmica,de uma velocidade como a suposta
ao final de "Éloge de L'Amour", como trataremos ao final.

JLG declarou que preferiria perder a visão ao tato(quando dirige suas cenas, diz-se, toca fisicamente em tudo).

Chega a encenar em "JLG par JLG- un auto-portrait de décembre"...um técnico cego tocando num celulóide em uma moviola de montagem , mixando a banda sonora, com as mãos; mãos deste "personagem técnico" fazendo avançar, e retroagir, tocando, a fita celulóide, assim nos mostrando os possíveis desta materialidade...segredos...sim... o cinema de Godard é um meio meio assim...

Nessa sequência referida acima, passamos a ouvir falas apaixonadas de personagens num áudio inesperado( não do próprio filme "JLG par JLG - un auto portrait de décembre) mas de outro lugar. O que diz do quanto de revelação, secreta, de outro lugar, o do cinema posssivelmente, seus filmes se fazem e se desenvolvem.

Não é somente, o lugar do cinema só um enredo, o único. Mas vários enredos o que torna a linguagem menos episódica do que uma experiência de mundo cifrada, e mundo vivo citado, como surpresa. Talvez de um meio como o sorriso de Mona Lisa se faz até hoje e pode nos dizer. Paul Valéry diz algo , que não me vem as palavrs exatas, sobre a construção, e arquitetura daquele sorriso.

Assim, o fazer-se sempre, o técnico existencial mesmo, "o descobrir"(SER) é parte da experiência de seus filmes. Criação de seu meio para entrarmos num universo, material , e de exercício e ensaio que espiritualiza, cria afetos por questões tantas vezes poéticas.

Godard inclue elementos que vão de intertítulos entre as imagens a revista em quadrinhos; que inclue da pintura à câmera digital; da propaganda à imagem pura de vento; de personagem falando com a platéia e fotos e desenhos e pinturas e muitos utros elementos ( como a própria câmera !) para criação de potência cinematográfica...como meio de pensamento, de pensar um tempo... de propor um pensamento tão importante como o evento histórico.

ACTUALITÉS sim, inclusão do mundo ( numa maturidade, hoje em dia) em reflexão ligada a uma perpectiva de linguagem face à contemporaneidade( nunca por ela mesma...Jean não é realista) a que faz constante alusão. Não jornalística ou episódica e dramatúrgica exclusivamente.

Espiritualiza-se num possível da arte...e esse possível da arte já foi até guerilheira nos anos 70 como pop nos anos 60 e muito segredo, e elipse dramatúrgica mais recentemente...quando certas coisas se encontram,se criam espaços; certas linhas se alinhavam numa tapeçaria crepuscular...acessa

( como a magnífica sequência final de "Éloge de L'Amour" quando a história da resistência francesa visitada intimimamente, no lar de dois velhos resistentes francesas, e por câmera digital, é seguida de planos finais de um iluminado painel de carro frente ao motorista,como que, depois da visita histórica aos dois velhos militantes da Resistência francesa ao nazismo aparecesse, pelo registro digital, a velocidade urbana dos dias de hoje como nova questão a ser vivida e pensada, desafiada pela arte .Diga-se que a iluminação deste painel que trepida na velocidade do carro nas ruas de Paris é citação explícita de 2001...numa produção deste ano...)

Perspectiva de linguagem, arte, sim.

Espiritualização pelo que a técnica chega junto à existência, seu pensamento e não a experiência naturalista-realista de um enredo. Ensaio. O ensaio do pensamento e a imagem da existência numa paisagem intelectual num sentimento fílmico inquieto, na História, na existência.Nunca acabadas.Em seus fragmentos e conceitos

toda uma vivência de pensamentos de saber se fazem enquanto obra em montagem.

O CINEMA DE JeanLucGodard
é a realidade de uma paixão, e pensamento, do cinema.sempre testados.


Seus filmes, sim, podem espiritualizar a contemporaneidade num tocar, e criar, sentimento fílmico numa atualização constante em cinema inquieto do mundo, de convívio fílmico, reflexivo desse mundo com pensamento em outra via...pela atualização da arte então considerada uma essência do pensamento, ou um devir...não uma demonstração operacional de show-business...

A poesia colorida ou preto e branco. vislumbres eruditos. filmes de atualidades ( as vezes sempre), a importância do momento, enquanto parte da História e a humanidade como parte de um pensamento presente, atualizável. em ensaios.muito perto disso.

Seus filmes produzem questões, categorias de pensamento que dizem da potência de pensamento de saber em imagem fílmica, não só estética ( a estética como uma das categorias de seus filmes) ...mas pensamentos de revelações e vida, pela arte, em sentimento fílmico.ardente, e intelectual.

Seus filmes parecem "pesar" como livros, apesar de imagens não pesadas que se transformam em plástica existencial, histórica ao longo não só " de época" porque atualiza-se em considerações intelectuais vibrantes, apaixonadas. presentes. Atualizáveis, seja mesmo para serem entendidas como poesia, em suas complexidades guardadas pelo pensamento interessado.

...fragmentos que se fazem enquanto em sua realidade amante do CINEMA SEMPRE SE FAZENDO um pensar

Fragmento aqui entendido já como um segmento, uma sugestão de segmento, como ao final de "Notre Musique"...quando uma moça chega a um banco, num possível paraíso e ao lado do banco sentava-se um marinheiro lendo um romance noir.Ele se levanta, ela em primeiro plano nota o marinheiro levantar-se com o livro que lia. Ela olha de lado e a montagem corta.

O filme acaba com esta possibilidade , de um olhar a inteirar-se, mesmo de alguém que parte.O cinema fica no ar,técnico a um ato tão existencial como o olhar.

Em montagem virtual, possível...atualizável que pode ser ao fim do plano, em suspensão,com o acender das luzes da sala de exibição ao público se levantar.uma suspensão, um sentido aberto num filme em que ele fala de campo e contracampo,um sentido incompleto

Uum lado e outro lado. Guerra e cinema. Inferno/purgatório e paraíso...e atualidade. Com noção de natureza muito importante de se notar( tanto essa cena se pasa num bosque como nesse filme há lugar, independente, para um orquidário.

Como se pensar o cinema ao lado da natureza fosse um ato de humildade do pensamento ( o jardineiro que cuida dos jardins do filme "Nouvelle Vague" fala das estações, dos ciclos, do plantar, florescer e do podar as plantas em volta da mansão onde se discute muito negócios...)

d'avant

as origens de um senhor que folheava cadernos com folhas brancas

NAS MÂOS.Jean-LÚ.

perto de um pensamento/ imagem

um caderno em branco... Nana/ Ana Karina em Vivre Sa Vie escreve à caneta um pedido para levar sua vida...uma carta ( a forma instituída)

moderniste...


uma vez, sobre seus filmes, respondeu: "quando você vê uma fotografia sua, tirada por alguém próximo, você acha que é ficção?" eis uma típica provocação técnica-existencial de jean luc godard

a carreira...

de um artista, que começou ganhando dinheiro/quando jovem, o artista
trabalhando na construção civil.

ou seria numa pedreira?

ENTÂO...

OLHO NA LENTE DA MÀQUINA..

UM QUADRO DE CABEÇA PARA BAIXO


você chama de formalista um cineasta que filma um quadro de Pablo Picasso virado de cabeça para baixo ilustrando(, sim ILUSTRANDO)

uma cena de violência / em off num filme apaixonante ( e que fotografia! que trilha sonora!) que ele diz ser uma entrada sua na literatura( tem quase que um roteiro de Arthur Rimbaud)


OU

você acha que...


( a Vida-é-Dura

?
(isso é passado ao pé do ouvido)( falo de pierrot le fou )

o olhar de um revolucionário, quem reconhece?

veja se esta
côr abóbora

(ou alaranjada?

não é menção A de um planeta...Em "JLG par JLG - un auto-portrait de décembre"

há uma sala completamente Às escuras.

mas uma estreita porta cheia de luz externa no canto esquerdo da tela. muito tempo, o olho ao se acostumar...podemos ver um cartaz de "L'Aventtura"/ Michelangelo Antonioni numa certa altura da parede... intimismo técnico-existencial ...et les espaces exterieurs ( "alphaville"... Alpha 60

aqui é azul claro.

É AMARELO( o garoto escreve à lápis.num metrô de FOREVER MOZART

Comme le soleil

se imprime?

ÓCULOS ESCUROS- la grandeur d'un revolutionnaire

dias de filmagem/ horas de um crítico. AS ORIGENS de um senhor

olho na lente da máquina.UM QUADRO

domingo, 11 de novembro de 2007

um folheto de mão em mãoFERDINAND no metrô das cidades(Une Étrange Aventure de Lemmy Caution)

FERDINAND


quando a aventura de viver
ERA.

várias vezes o cinema. em cada plano.plusieurs fois.

se tinha letras, palavrasERA CINEMApulsavam
pulsavam faróis do carro de...

FERDINAND! à beira da estrada, À noite. pulsa o farol do carro. várias vezes
em cada plano l'intensité d'idées( livros à vontade/ em cada lugar/ jogados).
c'est jean-luc godard.

À Noite. e uma tão bela música que é fácil sentir a alma
do que dizia isso.
(advérbio) intensifica um VERBO e denota uma certa circunstância
UMA CIRCUNSTÂNCIA do cinema. attention.(c'est le cinema).et le verbe

FALARfalar Godard?ouviuMuito ( e leu)palavra.c'est un film d'aventure

En COuleurs ou Noir et Blanc
( c'est encore- toujours?- le bleu, le blanc, le rouge


II ( um mais um)

HOJE DE MANHÃ CEDO APARECEU-ME a categoria de História TODA PURA][toda simples
quase como a manhã.quase como a manhãA HISTÓRIA. como dia...contei até pru meu amigo.

um dia nublado( sempre?), nem sei ao certo se CINZA
AZUL.Jean Luc, le cinema le bleu de lune

le gris.des nuages La saison.les feuilles de outono em novembro.Jean-Lú en décembre.
les feuilles vivants/ la lumière du mediterranée à l'étè.

le fureur de vivre. attention ( c'est la douce aventureLA RADICALE AVENTURE

du cinema le fureur tout simple.